terça-feira, 22 de setembro de 2009
segunda-feira, 21 de setembro de 2009
9 ANOS DE POESIA
Comecei a escrever poesia para desabafar algumas desilusões amorosas, amores não correspondidos, com a poesia veio a crítica social e tudo que eu gostava de fazer,ler e assistir, escrevendo poesia aprendi muito me incentivou, conheci pessoas que também faziam a mesma coisa que eu uma grande incentivadora foi Cecília Fidelli uma grande poetisa e amiga que editava o Reviragita Poesia, não conhecia os alternativos culturais nem mesmo ouvira falar de alternativismo, movimento underground de poesia marginal, adorei ler conhecer poetas e de repente estava me correspondendo com muitos artistas do meio. Criei junto com Cecília o Pavê Poesia aonde eu pude publicar meus poemas e de outros amigos, conhecer gente nova, mas eu queria mais e também publicava hqs e outros artigos sempre diferentes a cada edição, estive algum tempo sem editá-lo até que me veio a idéia do Blog, meio mais rápido e eficaz de divulgação de idéias mesmo assim continuo com a versão impressa, e quando dei por mim estava fazendo cinco anos de Pavê e quase 9 de poesia, que completo esse ano, tenho participação na coletânea Circulart e pretendo editar a própria coletânea do Pavê Poesia, hoje o tempo é escasso por causa do trabalho e dos estudos na faculdade, mesmo assim sempre arranjo um tempo para escrever, no momento estou editando um Pavê Anos 80, é isso aí, um dia ainda publico meu livro solo de poesias e meu sonhado romance. Acredite sempre nos sonhos pois eles um dia vão se realizar.
PATRICK SWAYZE
Na verdade é triste comentar uma morte ainda mais de um artista tão completo quanto Patrick Swayze, junto com John Travolta um dos maiores ícones de filmes musicais dos anos 70 e 80. Vítima fatal de um câncer que o corroía há tempos, assim como seu filme Ghost ele acreditava no amor nessa e na outra vida, um verdadeiro lutador nunca desistiu mesmo sabendo que era uma batalha perdida ele não se deixava abater, descanse em paz .
" É tão estranho os bons morrem jovens"
" É tão estranho os bons morrem jovens"
sexta-feira, 26 de junho de 2009
O DISCO
Existem coisas, lembranças que marcam a todos nós como ferro em brasa no coração, exagero? mas quando eu penso em Michael Jackson não vem a imagem de um pop star falido nem de um pedófilo, não os escândalos e as falsas acusações não são o ponto alto do astro do cantor e dançarino.
Em 1986 eu ganhei de presente um disco de vinil chamado BAD e isso mudou minha vida. Era um álbum com canções originais e lindas dançantes, que emocionavam até uma criança como eu. Desde então suas músicas tem emocionado, feito as pessoas dançarem, imitarem seu incomparável estilo seu jeito. É assim que vou lembrar desse furacão que assim como outros, Elvis, Renato Russo, Jim Morrison, deixaram sua marca pelo mundo e serão eternos. Michael Jackson não morreu pois era é uma estrela e agora resolveu descansar da terra e voltar a brilhar junto dos seus no céu.
Thiago Guimarães.
Obs: O disco ainda existe está pendurado na parede do meu quarto como uma recordação.
terça-feira, 23 de junho de 2009
MEU AMIGO
Lembro da primeira vez que ele apareceu aqui em casa com uma pasta debaixo do braço com muitas fotos e reportagens sobre a Legião Urbana, um fã mais do que eu que tinha o apelido ( e ainda tenho) de legião. Empolgado com a nova amizade, realmente um rapaz legal, um menino ainda que saía conosco para as baladas, as festinhas, os lances e através dessa amizade formávamos uma turma que se encontrava todas as noites na calçada para bater um papo, tocar um violão e zuar longas conversas regadas a vinho, batidas, etc, sem falar das rodas de violão com o Elias, o Fabinho, época boa e dourada essa que eu sempre vou lembrar com ternura, Gilberto, Dão, Patrick, VT, grande pessoal tinha também a Luísa e o inesquecível lual na praia do cibratel aonde todos cometemos exageros. É mas tudo que é bom um dia acaba e numa noite perdemos o nosso amigo Adriano numa fatalidade estúpida, um rapaz de 19 anos apenas, choramos e sofremos com a morte do nosso companheiro e até hoje 4 anos depois dessa tragédia em nossas vidas cada um seguiu seu rumo, diversos rumos. Eu faço faculdade atualmente estou noivo e tocando a vida pra frente, o Gilberto e a Luísa estão juntos e mudaram de cidade e tudo segue naturalmente. Infelizmente os anos estão passando para nós e a saudade depois desses anos aperta no coração, mas conscientes de que o nosso grande amigo e irmão deve estar num lugar bem melhor e que deve estar com nosso grande ídolo cantando e tocando suas canções: É TÃO ESTRANHO OS BONS MORREM JOVENS! Esteja em paz amigo!
Thiago Guimarães Poeta e escritor nas horas vagas edita o Pavê Poesia desde 2004
domingo, 21 de junho de 2009
SUBMUNDOS - CONTOS
JASÃO E MEDÉIA
Jasão era um gigolô profissional morava num cortiço muito mal afamado, Medeia era uma coroa muito rica e gostava de sair com rapazes mais novos, quando conheceu Jasão logo se encantou por ele. Passaram a sair juntos, ela logo descobriu seus gostos e também que ele tinha um filho, o pequeno Ícaro que ele adorava, dedicava muito de sua vida a ele, porque fizera uma promessa a mãe do garoto em seu leito de morte.
Sua incumbência numa vida louca que ele levava, mas a criança entendia Jasão sempre deixava uma das meninas que moravam no cortiço cuidarem dele, tinha um carinho especial pelo filho.
Seu relacionamento com Medeia ia muito bem e duraria muito mais se não fosse o ciúme, Medeia ultrapassava os limites, perseguia Jasão, mandava investigar, mas o que ele não podia suportar eram as ceninhas, em qualquer lugar que eles fossem era a mesma coisa, tiveram então uma briga feia num restaurante, ela até mesmo rasgou suas roupas, tudo por ciúme de uma garçonete:- Não dá mais Medeia, chega, acabou !- Você não pode fazer isso comigo Jasão, tudo por causa dessa vaca!!!- Não é por isso, é por você seu ciúme incontrolável, não posso continuar com uma pessoa assim !- Ela agarrou sua roupa e fez um escândalo, Jasão foi embora, chegou em casa chateado e o pobre ìcaro, seu filho o consolou:- Que foi papai, ta triste?- Nada não, você é o único bem precioso que o papai tem, me entende e vai ter uma vida melhor, te garanto, agora dorme filhinho!- Jasão emocionado beijou a testa do garoto.
No dia seguinte Ícaro ficou aos cuidados de uma das vizinhas, Jasão foi tentar a sorte com outra de suas conquistas, voltaria só no final da tarde, ao ver ele sair de casa Medeia apareceu e dispensou a menina dizendo que Jasão pedira para ela cuidar do menino. Jasão voltava para a casa no fim da tarde com um aperto no coração, mas nada podia estar melhor, conseguira um apoio financeiro e Medeia nem lhe telefonou, ainda bem, ao se aproximar do cortiço viu um movimento grande de pessoas e alguns carros da polícia, se alarmou, apressou o passo e foi contido pela dona do local em lágrimas:- O que houve dona Sabrina?- Uma tragédia filho, uma coisa terrível!- Preciso ver o Icaro!- Tentaram dete-lo, mas ele empurrou todos com força e subiu com o coração apertado, quando chegou ao quarto o que viu o deixou desnorteado, uma cena grotesca se desenrolou diante de seus olhos, Ícaro estava estendido no chão ensangüentado, ao seu lado o corpo de Medeia, correu pegou o corpinho de seu filho nos braços, Ícaro tinha apenas 10 anos, estava morto, havia sido esfaqueado, a causa, ciúme, loucura? Não se sabe. Assim como na tragédia mitológica, ela se suicidou depois de assassinar o que mais precioso Jasão possuía, a última cena da tragédia mostra apenas um pai desesperado com o corpo inerte do filho nos braços.
FIM
Jack
Deixa eu te contar uma história realmente arrepiante, dessas de congelar os ossos, (os meus estão congelados até agora) eu conheci o velho Crane em um dos meus passeios de bicicleta, era um senhor que se mudara há pouco para a rua de casa, dizia-se que não falava com ninguém era descendente de americanos por isso o sobrenome e o sotaque, eu o vi parar cansado com algumas sacolas com compras e me ofereci para ajuda-lo, me chamo Téo, tenho 13 anos, mas, voltando a história.
Eu o ajudei a carregar as compras até a casa dele, passamos a conversar todos os dias. O velho Crane me contava muitas histórias, uma delas começou a me empolgar, o senhor Crane me contou sobre um garoto que desde pequeno gostava de ver sangue, pessoas sendo mortas nos jornais, era aficionado por isso, até que um dia começou a matar de verdade, sempre que a história do senhor Crane estava melhor ele deixava para me contar outro dia:- Mas, senhor Crane!- Não você deve ter o que fazerr!- Ele falava puxando os erres sempre eu ia para casa curioso e no dia seguinte continuava a história do garoto, mas cada dia ficava pior, por fim, numa dessas visitas ao senhor Crane ele me disse que terminaria a história no dia seguinte e a curiosidade me deixava sem sono e agitado, por fim, numa dessas visitas ao senhor Crane ele me disse que terminaria a história no dia seguinte .
Meus pais estavam viajando, então resolvi dar uma escapada de casa para a casa do velho ao chegar lá não o encontrei:- Senhor Crane, senhor Crane!- Estava tudo escuro, desci as escadas e fui parar no subsolo, no porão, lá estava ele com um sorriso estranho:- Senhor Crane, senhor Crane o senhor está bem?- Oh sim entre garoto, estou apenas amolando umas facas para cozinhar!- Entrei lá e ele terminou de contar a história, o garoto depois de cometer muitos crimes sem ninguém saber, fugiu de casa, cresceu e continuou matando em outro país:- Mas, peraí o senhor não me disse para onde ele foi qual o nome dele e se essa história é mesmo real?-
Então eu tive a surpresa, o senhor Crane pegou a faca, me jogou numa espécie de cela no porão e enquanto amolava a faca me contou com um brilho sinistro no olhar:- O garoto foi para o Brasil, se tornou um velhinho que adorava contar histórias, seu passatempo predileto era atrair garotinhos esquarteja-los e fazer o que fazia com suas vítimas depois disso!- O que ele fazia?- Perguntei trêmulo:- Comia a carne de suas vítimas e para responder sua pergunta a história é real sim, e o nome do garoto é Jack Crane!-
Por isso eu lhes disse que meus ossos estavam gelados de medo, eu me chamo Téo tenho 13 anos e estou aqui no porão da casa de um louco há horas, se puder mandar ajuda seria seguro, estou ouvindo um barulho de passos, acho que é ele vindo para me matar, por favor:
SOCORRO!!!!
30 DE NOVEMBRO DE 2006.
GAROTO ESTRANHO
Ele era uma criança estranha quando nasceu não chorou, mas isso não foi o pior, os anos foram passando e aos 12 anos Dani era um garoto estranho, sozinho que não tinha amigos nem ao menos se interessava em ter, quanto aos interesses, ah, ele tinha por animais, sapos, gatos e até cachorros ele os acolhia levava para o porão da sua casa e matava, mutilava a sangue frio. Mas as coisas realmente começaram a ficar estranhas quando eu o conheci foi na escola eu o defendi de uns garotos que estavam batendo nele e acabei ganhando um pouco sua confiança, hoje ao escrever esse relato penso que Dani podia ter se salvado se quisesse, mas, voltando ao assunto, Dani me levou para o que ele chamava de seu canto preferido, um bosque lá ele me contou um pouco do que fazia e disse que aqueles meninos teriam o que mereciam puder ver ódio em seu olhar:- Eles sempre me perseguem aqueles putos!- Fez algo que eu desacreditei num garoto de doze anos, acendeu um cigarro:- Você, você?- Que foi? Vai dizer que nunca fumou na sua vida?- Eu fiquei pasmo, com cara de bobo, Dani deu-me um tapinha nas costas e sorriu, um riso franco de criança, mas que me deu arrepios. Nos dias que se seguiram andei junto com Dani pelas ruas pichamos muros, o vi maltratar mendigos sempre com um sorriso inocente, era bem visto e querido pelas senhoras, ajudava-as a atravessar a rua, me parecia normal, mas no fundo aquele seu olhar não me enganava, Dani era dissimulado, fingia ser bom, num dia em que eu faltei a aula porque estava gripado ele apanhou dos tais garotos, chegou a faltar no dia seguinte, fui na casa dele encontrei-o com o olho roxo, a boca machucada etc:- O que foi isso Dani?- Ele me olhou com aquela expressão que me gelava o coração:- Quem você pergunta? Aqueles putos, mas eu vou acabar com eles você vai ver!- Dani levou-me até o porão, então eu soube que estava diante de um ser perverso, o porão estava cheio de máquinas de tortura em miniatura e facas muitas facas de variados modelos e tamanhos, Dani sorriu e acendeu um cigarro, um riso perverso ao qual eu nunca habituei-me:- Vê, eu vou destruí-los, todos eles, veja isso!- Então eu tive certeza da sua maldade, da sua grande crueldade, ele pegou uma arma um revólver 38:- É com essa belezinha que eu vou me vingar!- Eu fui embora disfarçadamente, mas minha vontade era sair correndo e gritando, no dia seguinte aconteceu um massacre no Colégio Jânio Quadros, um garoto com um revólver, Dani atirou em cinco garotos e um professor e com uma faca cortou suicidou-se, o motivo até hoje não sei, mas desconfio, Dani era um garoto estranho, desde pequeno, hoje ainda ao fechar os olhos a noite vejo ele mostrando-me aquela arma, com um cigarro na boca e aquele sorriso, todas as noites me arrependo de não ter alertado as autoridades, mas quem iria acreditar que um menino de doze anos com um sorriso de anjo era um assassino? Os olhos dele nunca em enganaram, Dani era realmente mal.
SANGUE SECO
Realmente eu já vi coisas estranhas nessa vida, mas passar por aquela cidadezinha no fim do mundo deixou-me assustado, vou começar pelo início. Eu estava em uma viagem de negócios, afinal sou um vendedor, uso meu velho chevette branco para vender artigos de uso doméstico, tipo, panelas e outros utensílios de ótima qualidade, meu carro foi quebrar justamente ali a beira de uma estrada que levou-me a tal cidade, cercada por um mangue, consegui ajuda e deixei o carro no conserto, fui a um bar e pedi informações sobre um lugar para passar a noite, consegui um quartinho em uma pensão aonde instalei-me:- É só por essa noite mesmo!- De madrugada as coisas estranhas começaram a acontecer, ouvi uma espécie de tilintar de facas, espadas parecia uma luta e o barulho era intenso eu podia jurar que vinha do mangue, passei a noite em claro. No dia seguinte fui a oficina e o meu carro ainda não estava pronto, eu já estava impaciente e com medo de ficar por ali ainda mais depois da noite mal dormida:- Amanhã!- Está bem, eu não tem escolha não é?- Minha curiosidade sobre aqueles barulhos era muita, por isso resolvi perguntar para alguém que morava ali há mais tempo, conversei com um homem no bar:- Quer dizer que o forasteiro já ouviu a luta no mangue?- Luta?!-
No princípio eu não acreditei naquela história, parecia fantástica e sobrenatural demais, dois homens que brigaram por uma mulher, o melhor amigo saiu com a esposa do outro, os dois começaram uma briga, uma luta de facão dentro de um barco no mangue, uma luta de facão que durava anos, os dois nunca mais foram vistos e até hoje podia se ouvir o barulho dos facões batendo um no outro, eu normalmente acharia muita graça numa história daquelas, parecia sair de uma imaginação muito fértil, de um filme de terror, mas depois da noite mal dormida por aqueles barulhos vindos do mangue:- Isso é balela, vou-me embora daqui!- Sai do bar com um misto de raiva e medo, mas a noite reservou-me surpresas.
Não escutei nenhum barulho mas sonhei, eu estava no mangue e ouvi o barulho dos facões, eu estava no barco onde os dois homens com barbas longas lutavam sem parar, eu tentei sair mas não conseguia, de repente a ponta de um desses facões cortou-me o braço, só um pequeno corte o sangue manchou minha camisa branca, eles olharam pra mim e me jogaram do barco no meio do mangue eu me debatia, foi assim que acordei de madrugada assustado e não dormi mais.
No dia seguinte olhei minha camisa branca havia uma mancha vermelha de sangue, sangue seco aquilo assustou-me meu carro estava pronto e nem me despedi, fui embora olhando pra trás pensei ter visto um rosto barbudo no mangue, nunca mais voltei a essa cidade e passei a acreditar em fantasmas.
FIM
CIDADEZINHA
O forasteiro chegou àquela cidadezinha de um jeito discreto, (tinha que ser assim) pensou ele, pois seus planos ali dependiam dessa discrição, Bonança era uma cidade no meio do nada a beira de uma rodovia perigosa. O forasteiro usava roupas pretas e um chapéu de abas largas tinha cabelos longos e grisalhos, fumava e gostava jogar cartas as vezes, era experiente no poker. Chegou a uma mercearia tosca pediu uma cachaça e um maço de cigarros:- Meu amigo diga-me sabe aonde posso encontrar o padre Bernardo?- O homem pareceu estranhar aquele sujeito com roupas esquisitas pedir um padre, ainda mais o padre Bernardo, mas lhe falou:- Está na igreja de Santa Clara!- Falou isso como se em Bonança houvesse outra igreja senão a de Santa Clara padroeira da cidade, se virou de costas e foi explicar ao homem aonde era a igreja, mas quando procurou-o o dinheiro estava no balcão e ele já havia desaparecido:- Mas que maluco, ainda bem que pagou!-
O padre Bernardo estava com uma garotinha no confessionário ela devia ter doze anos no máximo, ele fazia o que sempre fizera escondido, molestá-la sexualmente, a porta da igreja foi escancarada a menina saiu correndo, o forasteiro viu o padre se ajeitando:- Vá garota, eu tenho assuntos a tratar com esse maníaco pedófilo!- O que deseja? Por que invade assim a casa de Deus?- Vejo que continua sendo o mesmo velho nojento e filho da puta de sempre não é? Padre Bernardo?- Olha como fala, estamos na casa de Deus!- O forasteiro riu, um riso sarcástico e sem graça: - O senhor faz coisa pior na casa de Deus seu desgraçado, mas chegou a hora de acertar suas contas, aliás, as nossas!- Tranquilamente fechou as portas da igreja, pegou o pescoço do padre e apertou:- O senhor é um pedófilo infeliz!- Quem é você?- Quem sou eu?- Falou ao ouvido do padre que estremeceu, o forasteiro continuou apertando o pescoço do padre Bernardo até ele não se debater mais:- Você foi o primeiro!- Ele tirou as luvas e as jogou fora e saiu pelos fundos da igreja.
O corpo do padre foi encontrado no dia seguinte, todos em Bonança sabiam que ele não prestava, inclusive Eleonora a mãe da pequena Júlia que ele molestava a troco de comida.
Miguel Fernandez estava com um de seus amantes quando bateram na janela, gay não assumido o dono do único banco da cidade sobressaltado abriu a janela:- Olá Miguel, continua saindo com rapazes mais novos?Oferecendo-lhes posição social e dinheiro?- Miguel ficou assustado, estava apenas de roupão, mandou que seu amante saísse, era um rapaz novo de uns 17 anos, o banqueiro tinha 42, acendeu um cigarro com as mãos tremulas :- Pode falar quem é você? O que quer de mim, dinheiro?- O forasteiro olhou para os olhos assustados do banqueiro:- Vou começar com a segunda pergunta, o que eu quero? Sua vida, mas prefiro que ela seja tirada de acordo com meus planos, quanto a quem eu sou você vai saber!- O forasteiro falou ao ouvido de Miguel que se afastou apavorado, tentou correr, mas um tiro resolveu tudo, o forasteiro tirou o silenciador e as luvas:- Xeque-mate!- Miguel Fernandez foi encontrado morto em seu elegante solar no centro da pacata Bonança:- Dois assassinatos, olhe isso delegado!- O delegado Carlos tomou a frente das investigações, encontrou ao lado do corpo uma medalha de Santa Clara:- É a medalha do Padre Bernardo ele sempre a usava na missa!- Você é religioso Borges?- O rapaz ficou sem graça, Borges era novo na polícia começara como office-boy mesmo tendo estudado, o novo delegado de Bonança lhe dera uma chance, fez dele seu parceiro em todos os casos, inclusive esse agora de dois assassinatos em tão poucos dias:- Diga-me Borges e o que você acha disso aqui encontrado no bolso da vítima?- Carlos enfiou a mão no bolso de Miguel e achou um papel dobrado:- Uma carta leve-a para analise !- Mais tarde naquela noite o delegado analisou a carta:’’ Não posso mais o padre descobriu nosso segredo e está me chantageando, mandei um profissional matá-lo, mas você está dificultando as coisas, quero assumir tudo entre nós e fugir dessa cidade hipócrita, se encontrarem essa carta eu já terei me suicidado e a fuga terá fracassado”.
- Mas que droga, isso está cada vez mais confuso a todo instante uma evidência estranha!- Delegado? Até a essa hora aqui?- Sim Borges estou tentando montar este quebra-cabeças, alguém estranho foi visto na cidade?- Borges coçou o cavanhaque minúsculo que começava a surgir:- Há informes sobre um forasteiro que foi visto na mercearia do Seu Altair precisamente no dia do assassinato do padre Bernardo!- Meu Deus! É o elo que faltava na corrente, porque não me avisou antes?- O senhor não perguntou!- Aprenda uma coisa para ser um bom detetive tudo é importante até os mínimos detalhes, até um grão de pó entemdeu?- Borges confirmou usaria esses ensinamentos mais tarde. O forasteiro tapeara a polícia, embaralhou as duas mortes fazendo com que parecessem ligadas, pois seu passado fora um inferno por culpa dos dois, Miguel que na época era apenas um boy e o padre Bernardo novo na cidade e com sua queda por criançinhas e dinheiro fácil, mas o pior deles era o dono da propriedade mais importante de Bonança, Edgard Willian um descendente de americanos que construíra a fábrica de tecidos mais importante da cidade. As malhas Willian e que fora sócio de seu pai, o forasteiro estava na casa dele na fazenda, enquando Edgar dormia com prostitutas, bêbado cheirando a uísque :- Aproveite a sorte Edgard! – Quem é você? Como entrou aqui?- Não me reconhece? Que surpresa o astuto senhor Willian, a raposa velha que fez um império surgir de uma pequena oficina, não é essa a história que contam de você por aí?- Edgard ficou irritado e com medo, expulsou as moças da cama:- O que você quer?- O forasteiro então sorriu:- Chegou ao ponto correto eu quero você morto, depois jogo a culpa dos assassinatos em um homem que morreu em um incêndio, você fez seu sócio suicidar-se, o meu pai, lembra?- O velho estremeceu, nem podia imaginar que o Roger seu ex-sócio tinha um filho e tão disposto a se vingar, foi aí que o homem mais poderoso de Bonança teve medo:- Filho do Roger, por favor eu não posso pagar por algo que aconteceu há muitos anos, eu era jovem e ambicioso!-
O delegado Carlos e o fiel Borges folheavam os velhos jornais e arquivos da biblioteca municipal:- Aqui Borges, escute isso, o eminente sócio da Willian e Sampas tecidos Roger Sampas incendiou a plantação de milho do prefeito, com a intenção de comprar o terreno por um preço mais baixo depois? Dias depois foi preso e foi encontrado morto na cadeia enforcado, ele alegou inocência até o fim, mas o único a acreditar nele foi seu único filho!- Delegado, temos uma emergência, vem da fazenda do senhor Edgard!- O que?- Vamos pra lá agora eu já descobri tudo e se dermos sorte o assassino do padre e do banqueiro está com sua última vítima!-
Na casa da fazenda o forasteiro jogou álcool em cima do empresário :- O que está fazendo?- Já espalhei pela casa toda!- Como conseguiu entrar aqui? – Eu consegui tudo com uma determinação feroz e vingativa sabe?- Você é louco?- Na hora em que o forasteiro acendeu o isqueiro e jogou Edgard sacou de sua pistola e deu um tiro para o alto, o corpo dele pegou fogo, quando Carlos e Borges chegaram era tarde demais, o ajudante do delegado correu porque viu um vulto, usava um chapéu e contemplava o fogo de longe, ao lado de um carro:-Lá está ele delegado!- Mas ao se virar ele já havia desaparecido, foi a vingança mais bem elaborada que os dois policiais já viram:- Ele era o filho de Roger Sampas mas porque matou o Miguel e o padre Bernardo?- Elementar meu caro Borges, Edgard sabia que o jovem Miguel era ambicioso mas arredio e medroso, propôs a ele que incendiasse a plantação do prefeito com a garantia de um trabalho no banco e assim Miguel Fernandez fez fortuna!- Mas e o padre?- Essa é a parte que eu suponho, o padre Bernardo era o confessor do garoto e o molestava sexualmente desde os 10 anos, prometendo envergonhar o garoto se ele contasse para alguém, deve ter sido difícil a vida desse garoto que viu o pai ser preso e condenado por um crime que não cometera, perder a fortuna para o inescrupuloso Edgard Willian!- Borges estava boquiaberto:- Nossa delegado o senhor é um excelente detetive, deduziu tudo isso?- O delegado riu alto:- As vezes precisamos usar o cérebro Borges ou apenas achar um diário que o forasteiro deixou cair!- Elementar caro delegado!- Os dois foram embora só precisaram chamar os bombeiros para conter o incêndio, da fazenda só restou um galpão que anos mais tarde seria palco de uma outra história em que o mais velho Borges seria um dos protagonistas, mas essa é uma outra história dessa cidadezinha chamada Bonança.
FIM
Jasão era um gigolô profissional morava num cortiço muito mal afamado, Medeia era uma coroa muito rica e gostava de sair com rapazes mais novos, quando conheceu Jasão logo se encantou por ele. Passaram a sair juntos, ela logo descobriu seus gostos e também que ele tinha um filho, o pequeno Ícaro que ele adorava, dedicava muito de sua vida a ele, porque fizera uma promessa a mãe do garoto em seu leito de morte.
Sua incumbência numa vida louca que ele levava, mas a criança entendia Jasão sempre deixava uma das meninas que moravam no cortiço cuidarem dele, tinha um carinho especial pelo filho.
Seu relacionamento com Medeia ia muito bem e duraria muito mais se não fosse o ciúme, Medeia ultrapassava os limites, perseguia Jasão, mandava investigar, mas o que ele não podia suportar eram as ceninhas, em qualquer lugar que eles fossem era a mesma coisa, tiveram então uma briga feia num restaurante, ela até mesmo rasgou suas roupas, tudo por ciúme de uma garçonete:- Não dá mais Medeia, chega, acabou !- Você não pode fazer isso comigo Jasão, tudo por causa dessa vaca!!!- Não é por isso, é por você seu ciúme incontrolável, não posso continuar com uma pessoa assim !- Ela agarrou sua roupa e fez um escândalo, Jasão foi embora, chegou em casa chateado e o pobre ìcaro, seu filho o consolou:- Que foi papai, ta triste?- Nada não, você é o único bem precioso que o papai tem, me entende e vai ter uma vida melhor, te garanto, agora dorme filhinho!- Jasão emocionado beijou a testa do garoto.
No dia seguinte Ícaro ficou aos cuidados de uma das vizinhas, Jasão foi tentar a sorte com outra de suas conquistas, voltaria só no final da tarde, ao ver ele sair de casa Medeia apareceu e dispensou a menina dizendo que Jasão pedira para ela cuidar do menino. Jasão voltava para a casa no fim da tarde com um aperto no coração, mas nada podia estar melhor, conseguira um apoio financeiro e Medeia nem lhe telefonou, ainda bem, ao se aproximar do cortiço viu um movimento grande de pessoas e alguns carros da polícia, se alarmou, apressou o passo e foi contido pela dona do local em lágrimas:- O que houve dona Sabrina?- Uma tragédia filho, uma coisa terrível!- Preciso ver o Icaro!- Tentaram dete-lo, mas ele empurrou todos com força e subiu com o coração apertado, quando chegou ao quarto o que viu o deixou desnorteado, uma cena grotesca se desenrolou diante de seus olhos, Ícaro estava estendido no chão ensangüentado, ao seu lado o corpo de Medeia, correu pegou o corpinho de seu filho nos braços, Ícaro tinha apenas 10 anos, estava morto, havia sido esfaqueado, a causa, ciúme, loucura? Não se sabe. Assim como na tragédia mitológica, ela se suicidou depois de assassinar o que mais precioso Jasão possuía, a última cena da tragédia mostra apenas um pai desesperado com o corpo inerte do filho nos braços.
FIM
Jack
Deixa eu te contar uma história realmente arrepiante, dessas de congelar os ossos, (os meus estão congelados até agora) eu conheci o velho Crane em um dos meus passeios de bicicleta, era um senhor que se mudara há pouco para a rua de casa, dizia-se que não falava com ninguém era descendente de americanos por isso o sobrenome e o sotaque, eu o vi parar cansado com algumas sacolas com compras e me ofereci para ajuda-lo, me chamo Téo, tenho 13 anos, mas, voltando a história.
Eu o ajudei a carregar as compras até a casa dele, passamos a conversar todos os dias. O velho Crane me contava muitas histórias, uma delas começou a me empolgar, o senhor Crane me contou sobre um garoto que desde pequeno gostava de ver sangue, pessoas sendo mortas nos jornais, era aficionado por isso, até que um dia começou a matar de verdade, sempre que a história do senhor Crane estava melhor ele deixava para me contar outro dia:- Mas, senhor Crane!- Não você deve ter o que fazerr!- Ele falava puxando os erres sempre eu ia para casa curioso e no dia seguinte continuava a história do garoto, mas cada dia ficava pior, por fim, numa dessas visitas ao senhor Crane ele me disse que terminaria a história no dia seguinte e a curiosidade me deixava sem sono e agitado, por fim, numa dessas visitas ao senhor Crane ele me disse que terminaria a história no dia seguinte .
Meus pais estavam viajando, então resolvi dar uma escapada de casa para a casa do velho ao chegar lá não o encontrei:- Senhor Crane, senhor Crane!- Estava tudo escuro, desci as escadas e fui parar no subsolo, no porão, lá estava ele com um sorriso estranho:- Senhor Crane, senhor Crane o senhor está bem?- Oh sim entre garoto, estou apenas amolando umas facas para cozinhar!- Entrei lá e ele terminou de contar a história, o garoto depois de cometer muitos crimes sem ninguém saber, fugiu de casa, cresceu e continuou matando em outro país:- Mas, peraí o senhor não me disse para onde ele foi qual o nome dele e se essa história é mesmo real?-
Então eu tive a surpresa, o senhor Crane pegou a faca, me jogou numa espécie de cela no porão e enquanto amolava a faca me contou com um brilho sinistro no olhar:- O garoto foi para o Brasil, se tornou um velhinho que adorava contar histórias, seu passatempo predileto era atrair garotinhos esquarteja-los e fazer o que fazia com suas vítimas depois disso!- O que ele fazia?- Perguntei trêmulo:- Comia a carne de suas vítimas e para responder sua pergunta a história é real sim, e o nome do garoto é Jack Crane!-
Por isso eu lhes disse que meus ossos estavam gelados de medo, eu me chamo Téo tenho 13 anos e estou aqui no porão da casa de um louco há horas, se puder mandar ajuda seria seguro, estou ouvindo um barulho de passos, acho que é ele vindo para me matar, por favor:
SOCORRO!!!!
30 DE NOVEMBRO DE 2006.
GAROTO ESTRANHO
Ele era uma criança estranha quando nasceu não chorou, mas isso não foi o pior, os anos foram passando e aos 12 anos Dani era um garoto estranho, sozinho que não tinha amigos nem ao menos se interessava em ter, quanto aos interesses, ah, ele tinha por animais, sapos, gatos e até cachorros ele os acolhia levava para o porão da sua casa e matava, mutilava a sangue frio. Mas as coisas realmente começaram a ficar estranhas quando eu o conheci foi na escola eu o defendi de uns garotos que estavam batendo nele e acabei ganhando um pouco sua confiança, hoje ao escrever esse relato penso que Dani podia ter se salvado se quisesse, mas, voltando ao assunto, Dani me levou para o que ele chamava de seu canto preferido, um bosque lá ele me contou um pouco do que fazia e disse que aqueles meninos teriam o que mereciam puder ver ódio em seu olhar:- Eles sempre me perseguem aqueles putos!- Fez algo que eu desacreditei num garoto de doze anos, acendeu um cigarro:- Você, você?- Que foi? Vai dizer que nunca fumou na sua vida?- Eu fiquei pasmo, com cara de bobo, Dani deu-me um tapinha nas costas e sorriu, um riso franco de criança, mas que me deu arrepios. Nos dias que se seguiram andei junto com Dani pelas ruas pichamos muros, o vi maltratar mendigos sempre com um sorriso inocente, era bem visto e querido pelas senhoras, ajudava-as a atravessar a rua, me parecia normal, mas no fundo aquele seu olhar não me enganava, Dani era dissimulado, fingia ser bom, num dia em que eu faltei a aula porque estava gripado ele apanhou dos tais garotos, chegou a faltar no dia seguinte, fui na casa dele encontrei-o com o olho roxo, a boca machucada etc:- O que foi isso Dani?- Ele me olhou com aquela expressão que me gelava o coração:- Quem você pergunta? Aqueles putos, mas eu vou acabar com eles você vai ver!- Dani levou-me até o porão, então eu soube que estava diante de um ser perverso, o porão estava cheio de máquinas de tortura em miniatura e facas muitas facas de variados modelos e tamanhos, Dani sorriu e acendeu um cigarro, um riso perverso ao qual eu nunca habituei-me:- Vê, eu vou destruí-los, todos eles, veja isso!- Então eu tive certeza da sua maldade, da sua grande crueldade, ele pegou uma arma um revólver 38:- É com essa belezinha que eu vou me vingar!- Eu fui embora disfarçadamente, mas minha vontade era sair correndo e gritando, no dia seguinte aconteceu um massacre no Colégio Jânio Quadros, um garoto com um revólver, Dani atirou em cinco garotos e um professor e com uma faca cortou suicidou-se, o motivo até hoje não sei, mas desconfio, Dani era um garoto estranho, desde pequeno, hoje ainda ao fechar os olhos a noite vejo ele mostrando-me aquela arma, com um cigarro na boca e aquele sorriso, todas as noites me arrependo de não ter alertado as autoridades, mas quem iria acreditar que um menino de doze anos com um sorriso de anjo era um assassino? Os olhos dele nunca em enganaram, Dani era realmente mal.
SANGUE SECO
Realmente eu já vi coisas estranhas nessa vida, mas passar por aquela cidadezinha no fim do mundo deixou-me assustado, vou começar pelo início. Eu estava em uma viagem de negócios, afinal sou um vendedor, uso meu velho chevette branco para vender artigos de uso doméstico, tipo, panelas e outros utensílios de ótima qualidade, meu carro foi quebrar justamente ali a beira de uma estrada que levou-me a tal cidade, cercada por um mangue, consegui ajuda e deixei o carro no conserto, fui a um bar e pedi informações sobre um lugar para passar a noite, consegui um quartinho em uma pensão aonde instalei-me:- É só por essa noite mesmo!- De madrugada as coisas estranhas começaram a acontecer, ouvi uma espécie de tilintar de facas, espadas parecia uma luta e o barulho era intenso eu podia jurar que vinha do mangue, passei a noite em claro. No dia seguinte fui a oficina e o meu carro ainda não estava pronto, eu já estava impaciente e com medo de ficar por ali ainda mais depois da noite mal dormida:- Amanhã!- Está bem, eu não tem escolha não é?- Minha curiosidade sobre aqueles barulhos era muita, por isso resolvi perguntar para alguém que morava ali há mais tempo, conversei com um homem no bar:- Quer dizer que o forasteiro já ouviu a luta no mangue?- Luta?!-
No princípio eu não acreditei naquela história, parecia fantástica e sobrenatural demais, dois homens que brigaram por uma mulher, o melhor amigo saiu com a esposa do outro, os dois começaram uma briga, uma luta de facão dentro de um barco no mangue, uma luta de facão que durava anos, os dois nunca mais foram vistos e até hoje podia se ouvir o barulho dos facões batendo um no outro, eu normalmente acharia muita graça numa história daquelas, parecia sair de uma imaginação muito fértil, de um filme de terror, mas depois da noite mal dormida por aqueles barulhos vindos do mangue:- Isso é balela, vou-me embora daqui!- Sai do bar com um misto de raiva e medo, mas a noite reservou-me surpresas.
Não escutei nenhum barulho mas sonhei, eu estava no mangue e ouvi o barulho dos facões, eu estava no barco onde os dois homens com barbas longas lutavam sem parar, eu tentei sair mas não conseguia, de repente a ponta de um desses facões cortou-me o braço, só um pequeno corte o sangue manchou minha camisa branca, eles olharam pra mim e me jogaram do barco no meio do mangue eu me debatia, foi assim que acordei de madrugada assustado e não dormi mais.
No dia seguinte olhei minha camisa branca havia uma mancha vermelha de sangue, sangue seco aquilo assustou-me meu carro estava pronto e nem me despedi, fui embora olhando pra trás pensei ter visto um rosto barbudo no mangue, nunca mais voltei a essa cidade e passei a acreditar em fantasmas.
FIM
CIDADEZINHA
O forasteiro chegou àquela cidadezinha de um jeito discreto, (tinha que ser assim) pensou ele, pois seus planos ali dependiam dessa discrição, Bonança era uma cidade no meio do nada a beira de uma rodovia perigosa. O forasteiro usava roupas pretas e um chapéu de abas largas tinha cabelos longos e grisalhos, fumava e gostava jogar cartas as vezes, era experiente no poker. Chegou a uma mercearia tosca pediu uma cachaça e um maço de cigarros:- Meu amigo diga-me sabe aonde posso encontrar o padre Bernardo?- O homem pareceu estranhar aquele sujeito com roupas esquisitas pedir um padre, ainda mais o padre Bernardo, mas lhe falou:- Está na igreja de Santa Clara!- Falou isso como se em Bonança houvesse outra igreja senão a de Santa Clara padroeira da cidade, se virou de costas e foi explicar ao homem aonde era a igreja, mas quando procurou-o o dinheiro estava no balcão e ele já havia desaparecido:- Mas que maluco, ainda bem que pagou!-
O padre Bernardo estava com uma garotinha no confessionário ela devia ter doze anos no máximo, ele fazia o que sempre fizera escondido, molestá-la sexualmente, a porta da igreja foi escancarada a menina saiu correndo, o forasteiro viu o padre se ajeitando:- Vá garota, eu tenho assuntos a tratar com esse maníaco pedófilo!- O que deseja? Por que invade assim a casa de Deus?- Vejo que continua sendo o mesmo velho nojento e filho da puta de sempre não é? Padre Bernardo?- Olha como fala, estamos na casa de Deus!- O forasteiro riu, um riso sarcástico e sem graça: - O senhor faz coisa pior na casa de Deus seu desgraçado, mas chegou a hora de acertar suas contas, aliás, as nossas!- Tranquilamente fechou as portas da igreja, pegou o pescoço do padre e apertou:- O senhor é um pedófilo infeliz!- Quem é você?- Quem sou eu?- Falou ao ouvido do padre que estremeceu, o forasteiro continuou apertando o pescoço do padre Bernardo até ele não se debater mais:- Você foi o primeiro!- Ele tirou as luvas e as jogou fora e saiu pelos fundos da igreja.
O corpo do padre foi encontrado no dia seguinte, todos em Bonança sabiam que ele não prestava, inclusive Eleonora a mãe da pequena Júlia que ele molestava a troco de comida.
Miguel Fernandez estava com um de seus amantes quando bateram na janela, gay não assumido o dono do único banco da cidade sobressaltado abriu a janela:- Olá Miguel, continua saindo com rapazes mais novos?Oferecendo-lhes posição social e dinheiro?- Miguel ficou assustado, estava apenas de roupão, mandou que seu amante saísse, era um rapaz novo de uns 17 anos, o banqueiro tinha 42, acendeu um cigarro com as mãos tremulas :- Pode falar quem é você? O que quer de mim, dinheiro?- O forasteiro olhou para os olhos assustados do banqueiro:- Vou começar com a segunda pergunta, o que eu quero? Sua vida, mas prefiro que ela seja tirada de acordo com meus planos, quanto a quem eu sou você vai saber!- O forasteiro falou ao ouvido de Miguel que se afastou apavorado, tentou correr, mas um tiro resolveu tudo, o forasteiro tirou o silenciador e as luvas:- Xeque-mate!- Miguel Fernandez foi encontrado morto em seu elegante solar no centro da pacata Bonança:- Dois assassinatos, olhe isso delegado!- O delegado Carlos tomou a frente das investigações, encontrou ao lado do corpo uma medalha de Santa Clara:- É a medalha do Padre Bernardo ele sempre a usava na missa!- Você é religioso Borges?- O rapaz ficou sem graça, Borges era novo na polícia começara como office-boy mesmo tendo estudado, o novo delegado de Bonança lhe dera uma chance, fez dele seu parceiro em todos os casos, inclusive esse agora de dois assassinatos em tão poucos dias:- Diga-me Borges e o que você acha disso aqui encontrado no bolso da vítima?- Carlos enfiou a mão no bolso de Miguel e achou um papel dobrado:- Uma carta leve-a para analise !- Mais tarde naquela noite o delegado analisou a carta:’’ Não posso mais o padre descobriu nosso segredo e está me chantageando, mandei um profissional matá-lo, mas você está dificultando as coisas, quero assumir tudo entre nós e fugir dessa cidade hipócrita, se encontrarem essa carta eu já terei me suicidado e a fuga terá fracassado”.
- Mas que droga, isso está cada vez mais confuso a todo instante uma evidência estranha!- Delegado? Até a essa hora aqui?- Sim Borges estou tentando montar este quebra-cabeças, alguém estranho foi visto na cidade?- Borges coçou o cavanhaque minúsculo que começava a surgir:- Há informes sobre um forasteiro que foi visto na mercearia do Seu Altair precisamente no dia do assassinato do padre Bernardo!- Meu Deus! É o elo que faltava na corrente, porque não me avisou antes?- O senhor não perguntou!- Aprenda uma coisa para ser um bom detetive tudo é importante até os mínimos detalhes, até um grão de pó entemdeu?- Borges confirmou usaria esses ensinamentos mais tarde. O forasteiro tapeara a polícia, embaralhou as duas mortes fazendo com que parecessem ligadas, pois seu passado fora um inferno por culpa dos dois, Miguel que na época era apenas um boy e o padre Bernardo novo na cidade e com sua queda por criançinhas e dinheiro fácil, mas o pior deles era o dono da propriedade mais importante de Bonança, Edgard Willian um descendente de americanos que construíra a fábrica de tecidos mais importante da cidade. As malhas Willian e que fora sócio de seu pai, o forasteiro estava na casa dele na fazenda, enquando Edgar dormia com prostitutas, bêbado cheirando a uísque :- Aproveite a sorte Edgard! – Quem é você? Como entrou aqui?- Não me reconhece? Que surpresa o astuto senhor Willian, a raposa velha que fez um império surgir de uma pequena oficina, não é essa a história que contam de você por aí?- Edgard ficou irritado e com medo, expulsou as moças da cama:- O que você quer?- O forasteiro então sorriu:- Chegou ao ponto correto eu quero você morto, depois jogo a culpa dos assassinatos em um homem que morreu em um incêndio, você fez seu sócio suicidar-se, o meu pai, lembra?- O velho estremeceu, nem podia imaginar que o Roger seu ex-sócio tinha um filho e tão disposto a se vingar, foi aí que o homem mais poderoso de Bonança teve medo:- Filho do Roger, por favor eu não posso pagar por algo que aconteceu há muitos anos, eu era jovem e ambicioso!-
O delegado Carlos e o fiel Borges folheavam os velhos jornais e arquivos da biblioteca municipal:- Aqui Borges, escute isso, o eminente sócio da Willian e Sampas tecidos Roger Sampas incendiou a plantação de milho do prefeito, com a intenção de comprar o terreno por um preço mais baixo depois? Dias depois foi preso e foi encontrado morto na cadeia enforcado, ele alegou inocência até o fim, mas o único a acreditar nele foi seu único filho!- Delegado, temos uma emergência, vem da fazenda do senhor Edgard!- O que?- Vamos pra lá agora eu já descobri tudo e se dermos sorte o assassino do padre e do banqueiro está com sua última vítima!-
Na casa da fazenda o forasteiro jogou álcool em cima do empresário :- O que está fazendo?- Já espalhei pela casa toda!- Como conseguiu entrar aqui? – Eu consegui tudo com uma determinação feroz e vingativa sabe?- Você é louco?- Na hora em que o forasteiro acendeu o isqueiro e jogou Edgard sacou de sua pistola e deu um tiro para o alto, o corpo dele pegou fogo, quando Carlos e Borges chegaram era tarde demais, o ajudante do delegado correu porque viu um vulto, usava um chapéu e contemplava o fogo de longe, ao lado de um carro:-Lá está ele delegado!- Mas ao se virar ele já havia desaparecido, foi a vingança mais bem elaborada que os dois policiais já viram:- Ele era o filho de Roger Sampas mas porque matou o Miguel e o padre Bernardo?- Elementar meu caro Borges, Edgard sabia que o jovem Miguel era ambicioso mas arredio e medroso, propôs a ele que incendiasse a plantação do prefeito com a garantia de um trabalho no banco e assim Miguel Fernandez fez fortuna!- Mas e o padre?- Essa é a parte que eu suponho, o padre Bernardo era o confessor do garoto e o molestava sexualmente desde os 10 anos, prometendo envergonhar o garoto se ele contasse para alguém, deve ter sido difícil a vida desse garoto que viu o pai ser preso e condenado por um crime que não cometera, perder a fortuna para o inescrupuloso Edgard Willian!- Borges estava boquiaberto:- Nossa delegado o senhor é um excelente detetive, deduziu tudo isso?- O delegado riu alto:- As vezes precisamos usar o cérebro Borges ou apenas achar um diário que o forasteiro deixou cair!- Elementar caro delegado!- Os dois foram embora só precisaram chamar os bombeiros para conter o incêndio, da fazenda só restou um galpão que anos mais tarde seria palco de uma outra história em que o mais velho Borges seria um dos protagonistas, mas essa é uma outra história dessa cidadezinha chamada Bonança.
FIM
sexta-feira, 19 de junho de 2009
POESIAS
Eu parti com o coração partido
Com o coração partido
Eu parti
Sem pensar em nada
Sem me despedir
Com o coração partido
Eu parti
Sem sorrir
Só chorando e com o coração sangrando
E penando
Com o coração partido
Eu parti
Belas lembranças
Brancas nuvens de minha terra
Com o coração partido
Eu parti
Sentindo no rosto
Os ventos da primavera vindoura
Com o coração partido
Eu parti e chorei
Com o coração partido por você.
Thiago Guimarães
Fevereiro de 2003
Ela e somente ela
Ela
E
Somente ela
Pode me salvar
Ela
E
Somente ela
Me faz amar
Já pedi a lua para ela voltar
Já implorei as estrelas para seu caminho iluminar
Ela
E
Somente ela
Me fará deixar de ser sozinho
Ela
E
Somente ela
A flor que não tem espinho
Ela
E
Somente ela
Vai me amar, me dar carinho
Ela
E
Somente ela
Me fará deixar de ser sozinho.
Janeiro de 2003
A MENINA NA CHUVA
A menina na chuva
Treme de frio
A menina na chuva
Sem ninguém para ajudar
Pobre criança
Sem esperança
Muda, triste situação
Batendo os dentes
A menina na chuva
Mesmo na solidão
Sorri contente
A menina na chuva
Canta e dança
Apesar de tudo
É apenas uma criança.
Calvário e cruz
Jesus rei dos reis
Morreu na cruz
Pelos nossos pecados
Para que recebêssemos
A luz
Por nossos erros
Não a recebemos
Enfrentou
Calvário e cruz
Pobre Jesus
Que pela humanidade
Lutou
Pobre de nós
Por quem ele chorou
Por quem pediu perdão
Pobre de nós
Seres despidos de santidade
Seres impregnados de maldade
Pobre de nós
Almas sem luz
Calvário e cruz
Temos em nossas mãos
Em nossa consciência
O sangue de Jesus
O filho de Deus
Que por nossos pecados
Sofreu
Calvário e cruz.
24.01.02
Enluarado
Enluarado,
Céu estrelado,
Chão molhado
Pela chuva do dia anterior
Enluarado
Céu de amor,
Oh, enluarados seus cabelos negros
Belos e molhados pela chuva do dia anterior
Enluarado céu de amor
Thiago Guimarães 11.12.2004
Acelerado
Sinto a garganta seca, os olhos úmidos, o coração apertado
Piso no freio, não resolve, pois estou acelerado
Nem meus poemas aliviam o que sinto
Se disser que estou bem
Minto para mim mesmo
Sigo sem direção
A esmo pelas auto-estradas
Procurando, sei lá, eu mesmo
A mesmice do cotidiano que me deixou doente
Na sociedade decadente e besta
Sinto a garganta seca na velocidade do meu carro pela estrada.
Thiago Guimarães.
O brilho de uma estrela
Uma estrela brilhou na noite escura
Uma única estrela
Fico feliz ao vê-la tão radiante
Felicidade distante
Brilhou com ela
E me espera para me amparar ao amanhecer
Quem dera que aquela estrela fosse você
Uma estrela brilhou e me fez voltar no tempo
No que restou
Cruel astro que castiga
Brilhou a estrela amiga da felicidade
Uma estrela brilhou
E me trouxe
Saudade.
Thiago Guimarães
No Asfalto
Na estrada as emoções se perdem loucamente
No asfalto
A minha mente se desliga, pira, gira
Em sinal de fraqueza, agilidade e destreza
No asfalto, cansaço e leveza
No amor
No asfalto o calor de um beijo, na lembrança de um
Momento um desejo perdido para sempre
No asfalto
Seguir em frente
Sem pensar, no asfalto
Recomeçar
Para tentar esquecer você
O ronco do motor, a velocidade me traz a saudade
No asfalto vou seguir em frente sem pensar
No
Asfalto
Recomeçar.
Thiago Guimarães.
Tudo mudou
Quando te vi
Não suportava mais a vida
Não conseguia mais sorrir
Tudo mundo
Quando em uma tarde te vi
Vieste com graça e beleza
Toda sua riqueza
Estava no olhar
Nos cabelos e jeito de falar
Eu estava mal
Triste, desmotivado
Ferido com o amor
Nada movia meus atos
Somente a dor
Que não deixava de sentir
Tudo melhorou quando te vi
Ouvi seus passos comedidos
Virei-me e vi seu sorriso
Vieste com leveza e destreza
Para me arrebatar
Da solidão
Plantaste em mim
A paixão
Ah, nem a rica natureza e sua beleza
Me levantava o ânimo
Não tinha planos
De sair, nem me divertir
Mudou tudo
Quando te vi
Vieste armada
Camuflada para essa guerra
Venceste a fera
A fria desilusão
Que me assolava
Amarga decepção
Que me tirava os prazeres
Da vida
Vieste decidida
A me salvar
Tudo mudou quando te vi
E passei a te amar.
01.06.01
“Yo no soy más que um poeta, sin outro bien que mi lira”.
Morrer por você
Morri por você
Lutando nas cruzadas
Morri na guerra
Fui judeu
Fui torturado
E você nada sofreu
Te protegi e morri
Na ditadura militar
Fui comunista
Morri e ainda morro por te amar,
Sempre morrerei
Quando for preciso
Só para ver sempre o seu belo sorriso
Cheio de alegria
Essa é a ironia
Do amor
Me sacrifico, suporto
A dor
Para que estejas sempre com alegria.
“Eu morreria por você,
Na guerra ou na paz, eu morreria por você
Sem saber como sou capaz”.
IRA!
VENHA VER O SOL NASCER
Abra sua casa
Saia para ver o sol
Nascer e se por
Sinta, respire o amor
Me dê a mão
Não se deixe ficar
Trancada a trabalhar
Divirta-se no que faz,
Se deixe levar
Por sentimentos bons
Abra seu coração
Não seja tola
E sem emoção
Saia pela manhã
A correr
Venha ver o sol nascer.
18.05.01
“E agora eu vejo aquele beijo, era mesmo o fim
Era o começo e o meu desejo se perdeu de mim”
RPM (A cruz e a espada)
Lembranças
Da chuva
Me lembro da chuva
Caindo você sorrindo para mim
Lembro da chuva
Nas folhas das árvores
Lembro da chuva
Lembrarei sempre
Das suas gotas
Molhando nossas roupas
Naquela noite triste
Lembrarei
Sempre que meu coração
Puder bater descompassado
Quando te via
Lembro da chuva
E de como você sorria
Dançava e comigo brincava
Lembro de tudo
Da chuva, dos beijos e de como fui feliz
E não percebi.
13.12.01
Gíria de Pivete
Detesto gíria de pivete
Tio, sinhô
E K.o
Que tosco
Detesto gíria de Pivete
Que te assalta com um canivete
Que violenta sua mina
Na esquina
E com sua grana compra cocaína
Detesto gíria desses moleques
Sacanas, que devem ficar em cana
Ou então morrer
Detesto gíria de pivete
Que mascam chiclete
E comem feito putas
Com a boca aberta
Alerta aos governantes
Desse país
Aos direitos humanos
Que protegem criminosos
Sem esperança
Em corpo de crianças
Delinqüentes, assassinos
Nas mãos deles
Somos marionetes
Por isso
Detesto gíria de pivetes.
BELEZA infundamental
Entenda
Beleza não é tudo
Perceba,
Pense no futuro
Beleza não é tudo
É apenas carne
Um dia a gravidade
Derruba essa é a lei
Por isso tente aprender
Pois de nada vale a beleza
Sem o saber
Estude, pense e escute os mais velhos
Medite, trabalhe
Escute os conselhos
Que a vida é uma estrada diversa
E cheia de perigos
Mas que recompensa os verdadeiros amigos
Sem arrogância
Tenha fé e esperança
Perceba querida menina
Mimada
Que nesse mundo confuso
Beleza, meu bem,
Não é tudo.
Beijo sem língua
Quantas coisas eu provei
Me arrebentei
Fiz besteira, algazarra
Mas beijo sem língua
Essa foi a primeira,
No começo achei que era timidez, sei lá
Depois até me acostumar
Descobri que tudo pode se provar
Um beijo sem língua ao luar
Pra variar, uma companhia para me consolar
E ver o ano-novo chegar
A beira mar
Beijo sem língua e sem pensar
Beijo sem língua
E sem amor
Beijo sem língua
Tem o seu valor
É só provar
Beijo sem língua
Pra variar.
05.01.06
De você
De você eu quero os beijos,
Os desejos, os ensejos amorosos
A excitação ofegante
O afago gostoso,
O cabelo sedoso
Com o cheiro maravilhoso
De você
Quero tudo de um jeito atroz
Que me faz amar
De você
Quero lembrar
Quero me embalar
Em seus braços
E ser
Só seu
De você
Quero as flores,
Os méritos , o sexo
De você
Quero tudo e nada mais.
Aventureiros Românticos
Revolucionários,
Guerrilheiros,
Ditadores,
Piratas
E flibusteiros
Todos procuram
Uma coisa só:
O amor verdadeiro
Atravessam a selva,
Se escondem na Savana, no Congo
E na América Latina
Atravessam os mares
Em batalhas selvagens
Em cruéis desafios,
Em carros blindados
Em porta-aviões
Em caças
Supersônicos
Em sonhos procuram só o amor
São aventureiros
Que idealizaram uma meta:
Fugir da solidão
Tem fama de durões, as vezes
Emagrecidos, esses valentões choram escondidos
Em porões, em esconderijos
Abrigos anti-bomba
Na sombra, no entardecer
Eles querem mesmo é deixar de sofrer
Deixar essa solidão
Que os abate
E angustia
Sua busca, seu cálice
Sagrado é uma coisa só:
O amor, o gosto de amar e ser amado
Anarquistas,
Comunistas,
Extremistas e aventureiros
Procuram uma coisa só:
O amor verdadeiro.
Iracema
“Iracema a virgem dos lábios de mel
Sua triste história imortalizada no romance
Em prosa de José de Alencar,
Triste seu pesar, sua sina,
Iracema doce virgem
Índia que ao amor do homem branco se entregou
E por ele sofreu martírio
Dele teve um filho
Que a custo do seu sangue amamentou
Iracema a índia dos lábios de mel
Que para a eternidade ficará nas areias do Ceará. ’’
Thiago Guimarães.
Com o coração partido
Eu parti
Sem pensar em nada
Sem me despedir
Com o coração partido
Eu parti
Sem sorrir
Só chorando e com o coração sangrando
E penando
Com o coração partido
Eu parti
Belas lembranças
Brancas nuvens de minha terra
Com o coração partido
Eu parti
Sentindo no rosto
Os ventos da primavera vindoura
Com o coração partido
Eu parti e chorei
Com o coração partido por você.
Thiago Guimarães
Fevereiro de 2003
Ela e somente ela
Ela
E
Somente ela
Pode me salvar
Ela
E
Somente ela
Me faz amar
Já pedi a lua para ela voltar
Já implorei as estrelas para seu caminho iluminar
Ela
E
Somente ela
Me fará deixar de ser sozinho
Ela
E
Somente ela
A flor que não tem espinho
Ela
E
Somente ela
Vai me amar, me dar carinho
Ela
E
Somente ela
Me fará deixar de ser sozinho.
Janeiro de 2003
A MENINA NA CHUVA
A menina na chuva
Treme de frio
A menina na chuva
Sem ninguém para ajudar
Pobre criança
Sem esperança
Muda, triste situação
Batendo os dentes
A menina na chuva
Mesmo na solidão
Sorri contente
A menina na chuva
Canta e dança
Apesar de tudo
É apenas uma criança.
Calvário e cruz
Jesus rei dos reis
Morreu na cruz
Pelos nossos pecados
Para que recebêssemos
A luz
Por nossos erros
Não a recebemos
Enfrentou
Calvário e cruz
Pobre Jesus
Que pela humanidade
Lutou
Pobre de nós
Por quem ele chorou
Por quem pediu perdão
Pobre de nós
Seres despidos de santidade
Seres impregnados de maldade
Pobre de nós
Almas sem luz
Calvário e cruz
Temos em nossas mãos
Em nossa consciência
O sangue de Jesus
O filho de Deus
Que por nossos pecados
Sofreu
Calvário e cruz.
24.01.02
Enluarado
Enluarado,
Céu estrelado,
Chão molhado
Pela chuva do dia anterior
Enluarado
Céu de amor,
Oh, enluarados seus cabelos negros
Belos e molhados pela chuva do dia anterior
Enluarado céu de amor
Thiago Guimarães 11.12.2004
Acelerado
Sinto a garganta seca, os olhos úmidos, o coração apertado
Piso no freio, não resolve, pois estou acelerado
Nem meus poemas aliviam o que sinto
Se disser que estou bem
Minto para mim mesmo
Sigo sem direção
A esmo pelas auto-estradas
Procurando, sei lá, eu mesmo
A mesmice do cotidiano que me deixou doente
Na sociedade decadente e besta
Sinto a garganta seca na velocidade do meu carro pela estrada.
Thiago Guimarães.
O brilho de uma estrela
Uma estrela brilhou na noite escura
Uma única estrela
Fico feliz ao vê-la tão radiante
Felicidade distante
Brilhou com ela
E me espera para me amparar ao amanhecer
Quem dera que aquela estrela fosse você
Uma estrela brilhou e me fez voltar no tempo
No que restou
Cruel astro que castiga
Brilhou a estrela amiga da felicidade
Uma estrela brilhou
E me trouxe
Saudade.
Thiago Guimarães
No Asfalto
Na estrada as emoções se perdem loucamente
No asfalto
A minha mente se desliga, pira, gira
Em sinal de fraqueza, agilidade e destreza
No asfalto, cansaço e leveza
No amor
No asfalto o calor de um beijo, na lembrança de um
Momento um desejo perdido para sempre
No asfalto
Seguir em frente
Sem pensar, no asfalto
Recomeçar
Para tentar esquecer você
O ronco do motor, a velocidade me traz a saudade
No asfalto vou seguir em frente sem pensar
No
Asfalto
Recomeçar.
Thiago Guimarães.
Tudo mudou
Quando te vi
Não suportava mais a vida
Não conseguia mais sorrir
Tudo mundo
Quando em uma tarde te vi
Vieste com graça e beleza
Toda sua riqueza
Estava no olhar
Nos cabelos e jeito de falar
Eu estava mal
Triste, desmotivado
Ferido com o amor
Nada movia meus atos
Somente a dor
Que não deixava de sentir
Tudo melhorou quando te vi
Ouvi seus passos comedidos
Virei-me e vi seu sorriso
Vieste com leveza e destreza
Para me arrebatar
Da solidão
Plantaste em mim
A paixão
Ah, nem a rica natureza e sua beleza
Me levantava o ânimo
Não tinha planos
De sair, nem me divertir
Mudou tudo
Quando te vi
Vieste armada
Camuflada para essa guerra
Venceste a fera
A fria desilusão
Que me assolava
Amarga decepção
Que me tirava os prazeres
Da vida
Vieste decidida
A me salvar
Tudo mudou quando te vi
E passei a te amar.
01.06.01
“Yo no soy más que um poeta, sin outro bien que mi lira”.
Morrer por você
Morri por você
Lutando nas cruzadas
Morri na guerra
Fui judeu
Fui torturado
E você nada sofreu
Te protegi e morri
Na ditadura militar
Fui comunista
Morri e ainda morro por te amar,
Sempre morrerei
Quando for preciso
Só para ver sempre o seu belo sorriso
Cheio de alegria
Essa é a ironia
Do amor
Me sacrifico, suporto
A dor
Para que estejas sempre com alegria.
“Eu morreria por você,
Na guerra ou na paz, eu morreria por você
Sem saber como sou capaz”.
IRA!
VENHA VER O SOL NASCER
Abra sua casa
Saia para ver o sol
Nascer e se por
Sinta, respire o amor
Me dê a mão
Não se deixe ficar
Trancada a trabalhar
Divirta-se no que faz,
Se deixe levar
Por sentimentos bons
Abra seu coração
Não seja tola
E sem emoção
Saia pela manhã
A correr
Venha ver o sol nascer.
18.05.01
“E agora eu vejo aquele beijo, era mesmo o fim
Era o começo e o meu desejo se perdeu de mim”
RPM (A cruz e a espada)
Lembranças
Da chuva
Me lembro da chuva
Caindo você sorrindo para mim
Lembro da chuva
Nas folhas das árvores
Lembro da chuva
Lembrarei sempre
Das suas gotas
Molhando nossas roupas
Naquela noite triste
Lembrarei
Sempre que meu coração
Puder bater descompassado
Quando te via
Lembro da chuva
E de como você sorria
Dançava e comigo brincava
Lembro de tudo
Da chuva, dos beijos e de como fui feliz
E não percebi.
13.12.01
Gíria de Pivete
Detesto gíria de pivete
Tio, sinhô
E K.o
Que tosco
Detesto gíria de Pivete
Que te assalta com um canivete
Que violenta sua mina
Na esquina
E com sua grana compra cocaína
Detesto gíria desses moleques
Sacanas, que devem ficar em cana
Ou então morrer
Detesto gíria de pivete
Que mascam chiclete
E comem feito putas
Com a boca aberta
Alerta aos governantes
Desse país
Aos direitos humanos
Que protegem criminosos
Sem esperança
Em corpo de crianças
Delinqüentes, assassinos
Nas mãos deles
Somos marionetes
Por isso
Detesto gíria de pivetes.
BELEZA infundamental
Entenda
Beleza não é tudo
Perceba,
Pense no futuro
Beleza não é tudo
É apenas carne
Um dia a gravidade
Derruba essa é a lei
Por isso tente aprender
Pois de nada vale a beleza
Sem o saber
Estude, pense e escute os mais velhos
Medite, trabalhe
Escute os conselhos
Que a vida é uma estrada diversa
E cheia de perigos
Mas que recompensa os verdadeiros amigos
Sem arrogância
Tenha fé e esperança
Perceba querida menina
Mimada
Que nesse mundo confuso
Beleza, meu bem,
Não é tudo.
Beijo sem língua
Quantas coisas eu provei
Me arrebentei
Fiz besteira, algazarra
Mas beijo sem língua
Essa foi a primeira,
No começo achei que era timidez, sei lá
Depois até me acostumar
Descobri que tudo pode se provar
Um beijo sem língua ao luar
Pra variar, uma companhia para me consolar
E ver o ano-novo chegar
A beira mar
Beijo sem língua e sem pensar
Beijo sem língua
E sem amor
Beijo sem língua
Tem o seu valor
É só provar
Beijo sem língua
Pra variar.
05.01.06
De você
De você eu quero os beijos,
Os desejos, os ensejos amorosos
A excitação ofegante
O afago gostoso,
O cabelo sedoso
Com o cheiro maravilhoso
De você
Quero tudo de um jeito atroz
Que me faz amar
De você
Quero lembrar
Quero me embalar
Em seus braços
E ser
Só seu
De você
Quero as flores,
Os méritos , o sexo
De você
Quero tudo e nada mais.
Aventureiros Românticos
Revolucionários,
Guerrilheiros,
Ditadores,
Piratas
E flibusteiros
Todos procuram
Uma coisa só:
O amor verdadeiro
Atravessam a selva,
Se escondem na Savana, no Congo
E na América Latina
Atravessam os mares
Em batalhas selvagens
Em cruéis desafios,
Em carros blindados
Em porta-aviões
Em caças
Supersônicos
Em sonhos procuram só o amor
São aventureiros
Que idealizaram uma meta:
Fugir da solidão
Tem fama de durões, as vezes
Emagrecidos, esses valentões choram escondidos
Em porões, em esconderijos
Abrigos anti-bomba
Na sombra, no entardecer
Eles querem mesmo é deixar de sofrer
Deixar essa solidão
Que os abate
E angustia
Sua busca, seu cálice
Sagrado é uma coisa só:
O amor, o gosto de amar e ser amado
Anarquistas,
Comunistas,
Extremistas e aventureiros
Procuram uma coisa só:
O amor verdadeiro.
Iracema
“Iracema a virgem dos lábios de mel
Sua triste história imortalizada no romance
Em prosa de José de Alencar,
Triste seu pesar, sua sina,
Iracema doce virgem
Índia que ao amor do homem branco se entregou
E por ele sofreu martírio
Dele teve um filho
Que a custo do seu sangue amamentou
Iracema a índia dos lábios de mel
Que para a eternidade ficará nas areias do Ceará. ’’
Thiago Guimarães.
Thiago Guimarães por ele mesmo e pelos outros...
Neste Blog pretendo publicar poemas, histórias e contos, também divulgar além de meu trabalho literário, outros poetas com o Pavê Poesia meu alternativo cultural e o Johnnys Zine batalhando pela cultura underground e por todos que a consideram viva e emocionante, para os que não me conhecem sou Thiago Guimarães poeta e escritor nas horas vagas, com trabalhos publicados em diversos jornais e zines da cena alternativa tenho 27 anos e estou no primeiro ano de letras pela UMESP (Universidade Metodista de São Paulo) aqui publicarei meus escritos e espero que os leitores antigos e novos apreciem, além de artigos e trabalhos sobre literatura brasileira.
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