Com o coração partido
Eu parti
Sem pensar em nada
Sem me despedir
Com o coração partido
Eu parti
Sem sorrir
Só chorando e com o coração sangrando
E penando
Com o coração partido
Eu parti
Belas lembranças
Brancas nuvens de minha terra
Com o coração partido
Eu parti
Sentindo no rosto
Os ventos da primavera vindoura
Com o coração partido
Eu parti e chorei
Com o coração partido por você.
Thiago Guimarães
Fevereiro de 2003
Ela e somente ela
Ela
E
Somente ela
Pode me salvar
Ela
E
Somente ela
Me faz amar
Já pedi a lua para ela voltar
Já implorei as estrelas para seu caminho iluminar
Ela
E
Somente ela
Me fará deixar de ser sozinho
Ela
E
Somente ela
A flor que não tem espinho
Ela
E
Somente ela
Vai me amar, me dar carinho
Ela
E
Somente ela
Me fará deixar de ser sozinho.
Janeiro de 2003
A MENINA NA CHUVA
A menina na chuva
Treme de frio
A menina na chuva
Sem ninguém para ajudar
Pobre criança
Sem esperança
Muda, triste situação
Batendo os dentes
A menina na chuva
Mesmo na solidão
Sorri contente
A menina na chuva
Canta e dança
Apesar de tudo
É apenas uma criança.
Calvário e cruz
Jesus rei dos reis
Morreu na cruz
Pelos nossos pecados
Para que recebêssemos
A luz
Por nossos erros
Não a recebemos
Enfrentou
Calvário e cruz
Pobre Jesus
Que pela humanidade
Lutou
Pobre de nós
Por quem ele chorou
Por quem pediu perdão
Pobre de nós
Seres despidos de santidade
Seres impregnados de maldade
Pobre de nós
Almas sem luz
Calvário e cruz
Temos em nossas mãos
Em nossa consciência
O sangue de Jesus
O filho de Deus
Que por nossos pecados
Sofreu
Calvário e cruz.
24.01.02
Enluarado
Enluarado,
Céu estrelado,
Chão molhado
Pela chuva do dia anterior
Enluarado
Céu de amor,
Oh, enluarados seus cabelos negros
Belos e molhados pela chuva do dia anterior
Enluarado céu de amor
Thiago Guimarães 11.12.2004
Acelerado
Sinto a garganta seca, os olhos úmidos, o coração apertado
Piso no freio, não resolve, pois estou acelerado
Nem meus poemas aliviam o que sinto
Se disser que estou bem
Minto para mim mesmo
Sigo sem direção
A esmo pelas auto-estradas
Procurando, sei lá, eu mesmo
A mesmice do cotidiano que me deixou doente
Na sociedade decadente e besta
Sinto a garganta seca na velocidade do meu carro pela estrada.
Thiago Guimarães.
O brilho de uma estrela
Uma estrela brilhou na noite escura
Uma única estrela
Fico feliz ao vê-la tão radiante
Felicidade distante
Brilhou com ela
E me espera para me amparar ao amanhecer
Quem dera que aquela estrela fosse você
Uma estrela brilhou e me fez voltar no tempo
No que restou
Cruel astro que castiga
Brilhou a estrela amiga da felicidade
Uma estrela brilhou
E me trouxe
Saudade.
Thiago Guimarães
No Asfalto
Na estrada as emoções se perdem loucamente
No asfalto
A minha mente se desliga, pira, gira
Em sinal de fraqueza, agilidade e destreza
No asfalto, cansaço e leveza
No amor
No asfalto o calor de um beijo, na lembrança de um
Momento um desejo perdido para sempre
No asfalto
Seguir em frente
Sem pensar, no asfalto
Recomeçar
Para tentar esquecer você
O ronco do motor, a velocidade me traz a saudade
No asfalto vou seguir em frente sem pensar
No
Asfalto
Recomeçar.
Thiago Guimarães.
Tudo mudou
Quando te vi
Não suportava mais a vida
Não conseguia mais sorrir
Tudo mundo
Quando em uma tarde te vi
Vieste com graça e beleza
Toda sua riqueza
Estava no olhar
Nos cabelos e jeito de falar
Eu estava mal
Triste, desmotivado
Ferido com o amor
Nada movia meus atos
Somente a dor
Que não deixava de sentir
Tudo melhorou quando te vi
Ouvi seus passos comedidos
Virei-me e vi seu sorriso
Vieste com leveza e destreza
Para me arrebatar
Da solidão
Plantaste em mim
A paixão
Ah, nem a rica natureza e sua beleza
Me levantava o ânimo
Não tinha planos
De sair, nem me divertir
Mudou tudo
Quando te vi
Vieste armada
Camuflada para essa guerra
Venceste a fera
A fria desilusão
Que me assolava
Amarga decepção
Que me tirava os prazeres
Da vida
Vieste decidida
A me salvar
Tudo mudou quando te vi
E passei a te amar.
01.06.01
“Yo no soy más que um poeta, sin outro bien que mi lira”.
Morrer por você
Morri por você
Lutando nas cruzadas
Morri na guerra
Fui judeu
Fui torturado
E você nada sofreu
Te protegi e morri
Na ditadura militar
Fui comunista
Morri e ainda morro por te amar,
Sempre morrerei
Quando for preciso
Só para ver sempre o seu belo sorriso
Cheio de alegria
Essa é a ironia
Do amor
Me sacrifico, suporto
A dor
Para que estejas sempre com alegria.
“Eu morreria por você,
Na guerra ou na paz, eu morreria por você
Sem saber como sou capaz”.
IRA!
VENHA VER O SOL NASCER
Abra sua casa
Saia para ver o sol
Nascer e se por
Sinta, respire o amor
Me dê a mão
Não se deixe ficar
Trancada a trabalhar
Divirta-se no que faz,
Se deixe levar
Por sentimentos bons
Abra seu coração
Não seja tola
E sem emoção
Saia pela manhã
A correr
Venha ver o sol nascer.
18.05.01
“E agora eu vejo aquele beijo, era mesmo o fim
Era o começo e o meu desejo se perdeu de mim”
RPM (A cruz e a espada)
Lembranças
Da chuva
Me lembro da chuva
Caindo você sorrindo para mim
Lembro da chuva
Nas folhas das árvores
Lembro da chuva
Lembrarei sempre
Das suas gotas
Molhando nossas roupas
Naquela noite triste
Lembrarei
Sempre que meu coração
Puder bater descompassado
Quando te via
Lembro da chuva
E de como você sorria
Dançava e comigo brincava
Lembro de tudo
Da chuva, dos beijos e de como fui feliz
E não percebi.
13.12.01
Gíria de Pivete
Detesto gíria de pivete
Tio, sinhô
E K.o
Que tosco
Detesto gíria de Pivete
Que te assalta com um canivete
Que violenta sua mina
Na esquina
E com sua grana compra cocaína
Detesto gíria desses moleques
Sacanas, que devem ficar em cana
Ou então morrer
Detesto gíria de pivete
Que mascam chiclete
E comem feito putas
Com a boca aberta
Alerta aos governantes
Desse país
Aos direitos humanos
Que protegem criminosos
Sem esperança
Em corpo de crianças
Delinqüentes, assassinos
Nas mãos deles
Somos marionetes
Por isso
Detesto gíria de pivetes.
BELEZA infundamental
Entenda
Beleza não é tudo
Perceba,
Pense no futuro
Beleza não é tudo
É apenas carne
Um dia a gravidade
Derruba essa é a lei
Por isso tente aprender
Pois de nada vale a beleza
Sem o saber
Estude, pense e escute os mais velhos
Medite, trabalhe
Escute os conselhos
Que a vida é uma estrada diversa
E cheia de perigos
Mas que recompensa os verdadeiros amigos
Sem arrogância
Tenha fé e esperança
Perceba querida menina
Mimada
Que nesse mundo confuso
Beleza, meu bem,
Não é tudo.
Beijo sem língua
Quantas coisas eu provei
Me arrebentei
Fiz besteira, algazarra
Mas beijo sem língua
Essa foi a primeira,
No começo achei que era timidez, sei lá
Depois até me acostumar
Descobri que tudo pode se provar
Um beijo sem língua ao luar
Pra variar, uma companhia para me consolar
E ver o ano-novo chegar
A beira mar
Beijo sem língua e sem pensar
Beijo sem língua
E sem amor
Beijo sem língua
Tem o seu valor
É só provar
Beijo sem língua
Pra variar.
05.01.06
De você
De você eu quero os beijos,
Os desejos, os ensejos amorosos
A excitação ofegante
O afago gostoso,
O cabelo sedoso
Com o cheiro maravilhoso
De você
Quero tudo de um jeito atroz
Que me faz amar
De você
Quero lembrar
Quero me embalar
Em seus braços
E ser
Só seu
De você
Quero as flores,
Os méritos , o sexo
De você
Quero tudo e nada mais.
Aventureiros Românticos
Revolucionários,
Guerrilheiros,
Ditadores,
Piratas
E flibusteiros
Todos procuram
Uma coisa só:
O amor verdadeiro
Atravessam a selva,
Se escondem na Savana, no Congo
E na América Latina
Atravessam os mares
Em batalhas selvagens
Em cruéis desafios,
Em carros blindados
Em porta-aviões
Em caças
Supersônicos
Em sonhos procuram só o amor
São aventureiros
Que idealizaram uma meta:
Fugir da solidão
Tem fama de durões, as vezes
Emagrecidos, esses valentões choram escondidos
Em porões, em esconderijos
Abrigos anti-bomba
Na sombra, no entardecer
Eles querem mesmo é deixar de sofrer
Deixar essa solidão
Que os abate
E angustia
Sua busca, seu cálice
Sagrado é uma coisa só:
O amor, o gosto de amar e ser amado
Anarquistas,
Comunistas,
Extremistas e aventureiros
Procuram uma coisa só:
O amor verdadeiro.
Iracema
“Iracema a virgem dos lábios de mel
Sua triste história imortalizada no romance
Em prosa de José de Alencar,
Triste seu pesar, sua sina,
Iracema doce virgem
Índia que ao amor do homem branco se entregou
E por ele sofreu martírio
Dele teve um filho
Que a custo do seu sangue amamentou
Iracema a índia dos lábios de mel
Que para a eternidade ficará nas areias do Ceará. ’’
Thiago Guimarães.
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